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Flores e Frutos

09 set Wesley Roque 0 Outros

Autor: Professor Jean Sidcley

No escudo da Congregação das Irmãs de Santa Doroteia, as flores e os frutos fazem referência a Santa Doroteia, jovem cristã da Capadócia do século III, que fora perseguida pelo Governador Fabrício por testemunhar o seu apreço por Jesus Cristo. Fabrício recebera ordens diretas do Imperador de Roma para eliminar o Cristianismo na região da Capadócia.

Doroteia foi presa e levada a um terrível interrogatório. Diante dos magistrados, ela continuou firme na fé e não renunciou a Jesus, como eles exigiam. Ao contrário, cheia de fé e de alegria ela dizia: “Tenho pressa de chegar junto de Jesus, meu Senhor, que chamou para si os meus pais” (que já haviam sido martirizados). Por não renunciar sua fé em Jesus Cristo, Doroteia foi presa e, antes de ser condenada à morte, conviveu no cárcere com duas jovens, colocadas ao seu lado para persuadi-la a abandonar a Fé Cristã. Em poucos dias, aquelas duas meninas abraçaram a fé de Doroteia e acabaram tendo a mesma sorte da jovem.

Quando saiu sua sentença de condenação, um advogado chamado Teófilo, que estava presente, disse à Doroteia, em tom de gozação, que ela enviasse flores e frutos do jardim de seu Senhor. Doroteia, porém, levou a brincadeira a sério e disse a ele: “Se acreditares em Deus, farei o que me pedes.” O Advogado sentiu a força surpreendente das palavras de fé de Doroteia e guardou-as, tentando agarrar-se em alguma esperança de fé.

Era inverno (com temperatura abaixo de 15 graus) e, por isso, não havia nenhuma possibilidade de se obter as flores e os frutos… Contudo, após a execução de Doroteia, Teófilo foi surpreendido com uma criança que trazia em sua porta uma cesta com rosas e maçãs recém-colhidas… A criança lhe disse que aquele era um presente que alguém havia lhe prometido!
Aqui no Brasil, estamos fechando o inverno. Para a primavera, ainda devemos esperar umas três semanas. Entretanto, o nosso Santa Doroteia está repleto de flores de todas as cores. Os ipês brancos floriram primeiro e encheram o nosso pátio de alvura e ternura… Nestes dias que fecharam agosto e abrem setembro, fomos surpreendidos pelos ipês amarelos. Eles estão por todos os lados: na mata, na pracinha do Coreto, ao lado da Portaria da Assunção… Basta olhar para o alto, e lá estão eles, reluzentes e imponentes.

As orquídeas aparecem aqui e acolá… Na portaria da Chicago, elas floriram sem economia… As azaleias são imbatíveis. Azaleias rosas e vermelhas como num espetáculo de boas-vindas para quem chega. Muitas árvores estão perdendo suas folhas e outras ainda se exibem com uma infinidade de cores presentes em suas envelhecidas folhas que se despedem a cada minuto. Lembrei-me de Léo Buscaglia em sua “História de uma Folha”.

No caramanchão, os cachos de jade de um verde irresistível e, nos cantos, bicos de papagaio floridos com o seu vermelho apaixonante cortejando as belas jades!!! É o milagre da vida que se mistura com a alegria e a vitalidade de nossas crianças e jovens… Depois de um ano e meio, a escola se alegra, se enfeita para nos dizer que a vida é o nosso lugar!!!

Jean Sidcley – Setembro de 2021 – Coordenador do Departamento de Filosofia e Orientação Religiosa.

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